O casamento é um dos pontos mais interessantes da cultura indiana aos olhos de um estrangeiro. Por quê? Porque a concepção de relacionamento e amor para muitos indianos é muito diferente da qual estamos acostumados, como quase tudo na Índia.
Os casamentos normalmente são arranjados pelas famílias dos noivos, e as despesas, pagas pela família da noiva, que vai viver com a família do marido após a cerimônia. Casta (entende-se condição social), etnia ou origem regional, qualidades pessoais e afinidades são critérios decisivos na escolha de um – ou uma – pretendente. Não é normal ver casamentos entre noivos de diferentes castas, ou de diferentes etnias ou regiões. Por exemplo, punjabi casa com punjabi, rajastani com rajastani, bengali com bengali e por aí vai…
O amor, na concepção de muitos indianos, é algo que vem com o tempo assim que o casal passa a viver junto. Não dá para comparar com a nossa concepção de amor e relacionamento! É possível casamento sem ser arranjado pela família? Sim, é possível, porém indianos de tão apegados às suas famílias não tem a coragem de encarar a desaprovação familiar. Vi casos em que a família deixou escolher o pretendente, e foi aquela história “não achei nenhum interessante, então meus pais podem escolher por mim…”. Tenho amigos que sabem que vão casar em no máximo 4 ou 5 anos, é o que se espera na cultura deles.
Tive a oportunidade de ir a casamentos muçulmano, hindu e sikh; as 3 principais religiões do país. A cerimônia muda um pouco conforme a religião, etnia ou região; mas basicamente é dividida em 3 partes: chegada dos noivos, hora de comer e cerimônia. As cerimônias costumam ser realizadas em grandes jardins, com centenas ou milhares de convidados, visto que é um evento importante para os indianos.
Foi uma das melhores experiências que tive na Índia! Cores, celebração, música, dança, doces (que tanto adoro!)… Mas quando um indiano me pergunta “André, quando você vai casar?”, só posso responder “nem eu mesmo sei! Ahahaha!”