Bom, a atual Sérvia até uns 2003 era apenas uma parte da Iugoslávia, junto com a Croácia, Macedônia, Eslovênia, Montenegro e Bósnia até a morte do ditador Tito, que reinava há 40 anos no poder com autoridade e destreza. E até 2006, o país se chamava Sérvia e Montenegro, quando Montenegro passou a ser independente.
Nos últimos, a história dos países balcânicos, entre estes a Sérvia, tem sido marcado por conflitos e movimentos separatistas da Iugoslávia. A história destes conflitos, que ainda deixa marcas profundas na vida de muitas pessoas nessa região, é complexa e remonta há séculos; mas como muitas outras guerras, o pano de fundo é o jogo político.
Não tenho por objetivo aprofundar a história dos conflitos que ainda marcam muito estes países, inclusive a Sérvia. A vida voltou ao normal para muitos sérvios há tempos, mas ao conversar com as pessoas é visível ver as marcas que estes conflitos ainda deixam na memória de muitas pessoas.
Muitos sérvios tem histórias relacionadas aos conflitos que assolaram a região – a exemplo tiroteios, bombardeios, amigos e familiares que morreram – como muitos brasileiros tem história de assaltos para contar.
Ninguém na história é santo: sérvios, croatas, bósnios, albaneses, eslovenos; todos tem a sua fatia de responsabilidade no conflito. Mas nem de longe se justifica a demonização das pessoas que vivem nos balcãs, sobretudo dos sérvios que tiveram de lidar com embargos políticos e econômicos desde o início dos conflitos.
Isso rende muita polêmica se analisar a guerra e as atuais consequências em andamento. Os líderes pela independência de Kosovo, por exemplo, são traficantes e contaram com o apoio dos EUA do momento em que aviões americanos apareceram para bombardear a região.
De qualquer forma, a vida segue, e as marcas da guerra ainda vão perdurar por gerações. Mas uma coisa que tenho percebido é a nostalgia da antiga Iugoslávia por parte das pessoas locais, sobretudo após a separações entre os países.
Mais que separação territorial e cultural, as guerras destruíram de vez a infra-estrutura destes países, prédios (inclusive residenciais), usinas de energia, etc. não escaparam das balas e bombas. Além disso, segue o desafio de estes países se adaptarem à atual economia globalizada sem o suporte do antigo governo iugoslavo que mantinha um forte regime assistencialista.